[Fotogaleria] Eficiência na gestão de recursos para a vinha em destaque nos Encontros Vínicos do Vinho Verde

Os Encontros Vínicos do Vinho Verde regressaram a Viana do Castelo para dar a conhecer as particularidades deste vinho e da região do Minho, através de painéis, provas, visitas e um jantar de gala e enogastronómico

Sob o mote “Eficiência na gestão dos recursos para a vinha”, a nova edição dos Encontros Vínicos resultou em debates e partilha de ideias sobre a gestão do solo, água e videira e a gestão integrada do meio vitícola, entre especialistas e participantes.

Bento Aires, Presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Engenheiros (OERN) defendeu a contínua aposta e retenção do talento em Portugal, “valorizando e qualificando o trabalho dos Engenheiros”. Reforçou ainda a necessidade de apoiar os produtores e de antecipar o futuro desta arte tão antiga. O Presidente do CDRN realçou, por fim, que estes Encontros Vínicos “conjugam entidades que pretendem acrescentar valor e fazer crescer um setor de enorme importância e relevância para o país”.

Por outro lado Vítor Correia, Delegado Distrital de Viana do Castelo da OERN, lembrou que os clientes “querem conhecer e experienciar a realidade, saber como e quem faz o vinho” e que estão dispostos a pagar por esta experiência completa o que resulta na possibilidade de “diminuir os circuitos de comercialização, reduzir os custos de distribuição e aumentar a rentabilidade”, tema discutido na mesa redonda do painel da tarde.

O Delegado Distrital lembrou também que este ano os Encontros Vínicos contaram com a colaboração de diversos parceiros como a Câmara Municipal de Viana do Castelo, da Delegação Distrital de Viana do Castelo e do Colégio de Engenharia Agronómica – Norte, com a colaboração da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e da Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo.

O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo sublinhou que “a viticultura tem de ser analisada do ponto de vista holístico, gerando atividade, trabalho, paisagem, concretizando experiências marcantes e impulsionando o turismo” sublinhando ainda a competitividade e diferenciação dentro do setor.

Já Isabel Valín, diretora da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESA-IPVC), referiu que estes Encontros têm “acompanhado as alterações, as mudanças e os desafios” do setor e que, por isso mesmo, o IPVC pretende que os seus estudantes “se aproximem” do setor agrário e da vitivinicultura, algo que se concretizará com o aumento da produção do setor, que resultará numa versão mais economicamente sustentável deste.

Beraldino Pinto, vice-presidente da CCDR-Norte, assumiu que a eficiência na gestão de recursos para a vinha “é muito pertinente, atual e com uma enorme transversalidade”.

A manhã iniciou-se com o primeiro primeiro painel “Gestão do Solo, Água e Videira” moderado por João Garrido e contou com 4 apresentações: Fátima Gonçalves da UTAD, fez uma abordagem agroecológica na gestão do solo em viticultura, Anabela Carneiro da FCUP, abordou a problemática da gestão da água numa região vitícola de clima semiárido como é o do Douro, José Mirás Avalos da Misión Biologica da Galicia, reforçou a importância do elemento água do ecossistema vitícola e expôs um uso de água sustentável baseado num modelo de apoio à decisão para a gestão da água na vinha, tanto de sequeiro como de regadio e, por fim, Raúl Barbosa da ESA/IPVC, trouxe os resultados de uma das intervenções em verde sobre a videira mais importantes, a desfolha, praticada em duas fases da vinha -1 semana após a Floração e ao Fecho do Cacho – comparadas com uma testemunha não desfolhada.

O segundo Painel “Gestão Integrada do Meio Vitícola” encerrou a manhã do primeiro dia e foi moderado por Joaquim Alonso da ESA, contando com 3 apresentações: Fernando Santos da UTAD, que falou de Viticultura de Precisão, em que pelo uso de ferramentas indispensáveis a uma viticultura moderna e prática, é possível dirigir a decisão pelos principais fatores de produção com eficiência e de modo sustentável, Cristina Carlos da UTAD, que abordou um projeto europeu de caris ecológico para a vinha – ECOSPHEREWINES, quer pela melhoria dos serviços ecossistémicos quer pela melhoria das infraestruturas verdes em manchas vitícolas, e Sofia Rodrigues, do IPVC, que trouxe resultados de um estudo que relaciona o perfil de vinhos da casta Alvarinho produzidos em locais diferentes.

Já a parte da tarde iniciou-se com o 3º Painel “Eficiência da rentabilidade do sector vitivinícola” moderado pela jornalista Maria Cerqueira, e que contou com 4 presenças: Cristiana Freitas do Município de Ponte de Lima, que demonstrou como o enoturismo, neste caso da Casta Loureiro, teve impacto no desenvolvimento do Vale do Lima como Território Vinhateiro, Jorge Sampaio da Associação das Rotas do Vinho em Portugal, que falou da importância do enoturismo e de como o vinho complementa a oferta turística de um território, José Fernandes Pereira, da CVR de Távora Varosa, que traçou a realidade portuguesa da comercialização dos espumantes, realçando a qualidade dos da região de Távora Varosa, e Armando Fontainhas, da Adega Cooperativa Regional de Monção, que focou o impacto da adega na vida económica e social dos territórios de Monção & Melgaço, empregando direta e indiretamente elevado número de famílias deste território.

Teresa Mota, Coordenadora do Seminário dos XIII Encontros Vínicos do Vinho Verde, e Adelino Bernardo, Coordenador do Colégio de Engenharia Agronómica, encerraram este dia de partilha de conhecimentos. Teresa Mota realizou um apanhado dos assuntos debatidos ao longo do dia, congratulando todos os presentes pela qualidade dos assuntos debatidos e Adelino Bernardo terminou o ciclo e apresentações com um reforço da importância da Engenharia nos temas e processos vínicos, salientando a necessidade de continuar a apostar no desenvolvimento sustentável desta atividade.

Durante o Jantar de Gala foram anunciados os grandes vencedores dos Prémios Vinho Verde do Ano da OERN 2022, nomeadamente, Casa da Senra – Abrigueiros – Produções Agrícolas e Turismo, S.A, Deu-La-Deu – Adega Cooperativa e Regional de Monção, CRL, Torre de Aguiã | Premium – Simão Pedro de Vasconcelos Bacelar de Aguiã, Quinta dos Pereirinhas – Quinta dos Pereirinhas – Alvarinho de Monção Lda, Cerqueiral – Quinta do Cerqueiral, Lda e Quinta das Fontes | Reserva – Encontro das Fontes Sociedade Agroturismo Lda.

Antes do jantar houve ainda tempo para o curso de iniciação à prova de vinho, conduzido Curso de Prova de Vinhos – Provar em Viana Constantino Ramos, Enólogo da sub-região de Monção e Melgaço.

No dia 11 de maio decorreram diferentes atividades sob o tema “O Caminho e o Vinho”. Houve uma visita e degustação enogastronómica no Centro interpretativo do Caminho Português da Costa, uma viagem de barco do Cais até Cabedelo, com passeio turístico e uma visita à Casa da Reina, às vinhas e à Adega.

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