Há (bio)sensores para avaliação de contaminantes de produtos da pesca e águas

Há Engenharia nos sensores e biossensores para quantificar contaminantes emergentes em produtos da pesca e águas.

 
O REQUIMTE-LAQV do ISEP coordena o CECs(Bio)Sensing, um projeto para o desenvolvimento de plataformas portáteis e inovadoras de sensores e biossensores para quantificar contaminantes emergentes em produtos da pesca e águas.
Os contaminantes emergentes incluem vários grupos de compostos, sendo os produtos farmacêuticos os mais relevantes. «São produtos que utilizamos no nosso dia-a-dia. Por exemplo, o medicamento paracetamol, que é excretado pela urina, acaba por contaminar os rios e o mar, pois não há metodologias de controlo nem tecnologias de eliminação e tratamento das águas para estes compostos»explica Simone Morais, responsável pelo projeto e membro da Ordem dos Engenheiros, ao ISEP.
«Para além de nocivos para o ambiente, estes compostos podem acumular-se nos peixes que fazem parte da nossa alimentação».
Assim, a bioacumulação de contaminantes  (como antibióticos, hormonas, antidepressivos, analgésicos e anti-inflamatórios), por organismos aquáticos (selvagens e de aquacultura), é, cada vez mais, um problema de segurança alimentar e uma ameaça à saúde pública.
Sendo Portugal um dos países da União Europeia que apresenta um consumo mais elevado de peixe, para a investigadora «é premente controlar a qualidade e segurança dos produtos de pesca, em especial das espécies mais capturadas e consumidas no nosso país, como a sardinha, cavala e salmão. Atualmente, não existem métodos de análises de rotina para grande parte destes compostos, pois as metodologias analíticas são muito laboriosas e dispendiosas».
Desta forma, o CECs(Bio)Sensing propõe o desenvolvimento e aplicação de tecnologias inovadoras, nomeadamente plataformas portáteis de (bio)sensores, para quantificar in loco e a baixo custo os contaminantes emergentes nos produtos de pesca.
Este projeto representa elevados benefícios socioeconómicos e ambientais. «Os resultados rápidos e confiáveis, provenientes das plataformas, fundamentam decisões-chave no que concerne à gestão de produtos de peixe, resultando em processos produtivos mais verdes e eficientes.»
Uma vez que os produtos da pesca são altamente perecíveis e a sua gestão através da cadeia alimentar é particularmente difícil, o CECs(Bio)Sensing pode potenciar grandes poupanças, já que será possível avaliar a qualidade do produto e, consequentemente, decidir-se avançar, ou não, com a respetiva comercialização.
Estas plataformas respondem às tendências atuais e preferências dos consumidores: qualidade, segurança, responsabilidade ambiental e social e, ainda, produção sustentável de alimentos.
As plataformas possam ser utilizadas por produtores, processadores, distribuidores e autoridades regulamentares, «esperando-se impactos positivos na gestão sustentável de recursos marítimos».
Segundo Simone Morais, «o conhecimento adquirido neste projeto poderá ser aplicado a outros setores alimentares, já que os produtos da pesca são um estudo de caso especialmente exigente».
 
Fonte: Notícias ISEP

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