Há Engenharia nesta nadadora-salvadora

O sol chegou e já milhares de portugueses rumaram à praia. Este ano há outros cuidados a ter em conta para além do habitual protetor solar. Fomos conhecer Inês Coelho, de 20 anos, estudante de Engenharia Mecânica e também nadadora-salvadora.

 
A Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores divulgou, no passado dia 3 de junho, alguns dos procedimentos que os vigilantes devem adotar na época balnear face à pandemia.
A federação alerta, há já algumas semanas, que poderão faltar cerca de 1.500 a 2.000 nadadores-salvadores para esta época balnear, porque os cursos foram interrompidos com a declaração do estado de emergência e “apenas 50% dos nadadores-salvadores voltam a trabalhar na época seguinte”.
Mas há uma futura Engenheira Mecânica, estudante no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), que faz parte dos 50% que voltam a vigiar o areal mesmo em tempo de pandemia.

Inês Coelho, de 20 anos, é a “engenheira/nadadora-salvadora” que fomos conhecer e que nos conta de onde lhe vem esta vocação: “aprendi a nadar aos 3 anos e sempre fui habituada ao mar do Norte desde pequena.” Depois de competir como nadadora no Clube Desportivo Feirense, quando surgiu a oportunidade de ser nadadora-salvadora decidiu “juntar o útil ao agradável.”
Se o corpo a manda para o mar, a cabeça já só é Engenharia: “existem situações que dou por mim a pensar como uma verdadeira engenheira.” Isso vê-se no dia a dia quando olha para uma “conduta num shopping ou para um elevador “e imagina “todos os elementos, forças, momentos e componentes que por detrás dele possam existir.” Mas se vai passar várias horas por dia na praia, também não lhe é difícil identificar a Engenharia que há por lá: “penso que há de todas as Engenharias na praia. Desde a Engenharia de Materiais presente nos utensílios que usamos para salvar alguém como bóias, pranchas, pés de pato… passando pela Engenharia Civil presente no mastro onde se coloca a bandeira, até à Engenharia Mecânica presente na forma como colocamos a bandeira no mastro.”

Como nadadora-salvadora e futura engenheira Inês consegue identificar caraterísticas que aproximam as duas atividades, e concretiza: “é preciso ser rápido a solucionar um problema, ter concentração e constante atenção a alterações que possam surgir.”
Mas esta será um época balnear diferente, há regras (muitas) que devem ser cumpridas (recorde as principais regras de frequência da praia aqui). Porém o que a nossa jovem estudante de Engenharia mais teme não é o vírus, mas sim os comportamentos das pessoas. “Do que tenho mais medo, é sem dúvida das faltas de respeito que possam surgir e o facto de, devido ao distanciamento social, as pessoas irem para praias não vigiadas onde arriscam a sua vida e a nossa, pois apesar de não sermos obrigados a irmos salvar alguém numa praia não vigiada, a nossa consciência diz ser um dever.”

Também por isso Inês deixa um apelo, “respeitem as ordens da DGS, tenham cuidado com o mar que é um traiçoeiro e evitem ir para praias não vigiadas, ou se forem, que sejam conscientes.” 
Há Engenharia nas nossas praias. Há engenheiros e futuros engenheiros que salvam vidas!
 

Reveja as recomendações para ir à praia com segurança aqui

 

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