Há Engenharia no combate à pandemia

Entre outras áreas, também a Engenharia desempenha um papel importante em todo o processo de vacinação, que por estes dias, decorre um pouco por todo o mundo. Desde a produção até à vacinação propriamente dita, há Engenharia que também combate esta pandemia.

 
Em todo o mundo, o novo coronavírus já infetou mais de 91 milhões de pessoas e matou quase dois milhões desde o início da pandemia. Agora, depois de meses de incertezas e de confinamento, a maratona por uma vacinação à escala global já está em andamento. A história da vacinação tem sido escrita ao longo dos anos por presidentes, médicos, cientistas e voluntários. Muitos têm sido os progressos científicos e tecnológicos,  que dependem de sacrifícios pessoais e de risco, mas sempre a expectativa de evitar males maiores.
Entre muitas especialidades a Engenharia também desempenha um papel importante em todo este processo, desde a produção até à vacinação, passando por toda a logística de grande escala: transporte de vacinas desde os fabricantes, armazenamento em locais centrais e a posterior distribuição em camiões refrigerados por cidades e países.
Descubra a Engenharia que há em tudo o que há.
 

Investigação
Eng. Genética | Bioengenharia | Eng. Biomédica| 
Eng. Química e Biológica| Eng. Informática

Há pouco mais de um ano, cientistas de várias áreas como a medicina e a Engenharia, começaram a trabalhar numa vacina contra a Covid-19. Do coronavírus pouco se sabia, portanto o trabalho de investigação e ensaios clínicos foram essenciais.
Uma vacina é uma preparação de antigénios (partículas estranhas ao organismo), que administrada a um indivíduo provoca uma resposta imunitária protetora específica de um ou mais agentes infeciosos. Assim, o objetivo é “enganar” o sistema imunitário para que produza anticorpos para os combater.
Antes de serem aprovadas, as vacinas passam por várias fases de testagem. Primeiro são realizados testes in vitro e em animais (não primatas), seguindo-se os ensaios clínicos que são divididos em três fases, aumentando o número de voluntários em cada uma dessas fases. Na fase 1 o objetivo de garantir a segurança da mesma. Na fase 2, avalia-se a segurança e também a eficácia da vacina. Na última e terceira fase milhares de pessoas são testadas.
São várias as tecnologias que podem ser usadas na produção de vacinas, no caso das vacinas já aprovadas são dois os tipos de tecnologia utilizada, a tecnologia vetor viral e a mRNA.
A primeira utiliza um outro vírus como “meio de transporte” de material do vírus em causa. Ou seja, usam vírus inertes para estimular o corpo a desenvolver imunidade. No caso da segunda, as moléculas de Ácido Ribonucleico (mRNA) são uma espécie de “livro de instruções”. Segundo a ONU, em vez de introduzir antígenos, uma substância que faz com que o sistema imunológico produza anticorpos, as vacinas de mRNA fornecem ao corpo o código genético necessário para permitir que o próprio sistema imunológico produza o antígeno, ou seja, os cientistas usam Engenharia Genética para fazer as células produzirem uma parte do vírus e, assim, ensinar o nosso sistema imunológico a “ataca-lo”.
Na verdade, esta tecnologia é inédita e pode vir a revolucionar o sistema de imunização artificial. Em laboratório, não há contacto com o vírus real, mas sim com o seu código genético.
 

 

Produção
Eng. Mecânica| Eng. Materiais| Eng. Química e Biológica| Eng. Eletrotécnia| Eng. de Produção 

Se o primeiro desafio foi desenvolver vacinas a uma velocidade de contra-relógio, agora é a vez de uma corrida industrial como nunca se viu. Produzir milhões de doses da vacina e distribuí-las para qualquer lugar do mundo é agora o grande desafio da Engenharia.
Para a indústria farmacêutica produzir milhões de doses por dia desta vacina é necessária muita tecnologia e muita Engenharia para que toda a linha de produção funcione. A Engenharia mecânica e eletrotécnica são essenciais para que todos os equipamentos funcionem. Para além disso é essencial a Engenharia de produção para controlar todo o processo, desde o enchimento dos frascos até ao seu acondicionamento nos transportes que irão fazer a sua distribuição.
 

 

Conservação
Eng. Mecânica| 
Eng. Química e Biológica

A refrigeração é um processo mecânico que visa a remoção de calor de um espaço fechado ou de uma substância com o objetivo de diminuir a temperatura.
Assim, a conservação das vacinas depende diretamente da refrigeração, uma vez que estas derivam de ativos biológicos e necessitam de se manter a temperaturas controladas para não perderem as suas propriedades. Por isso não podem sofrer alterações de temperatura durante toda a cadeia do frio. Veja o artigo técnico sobre a importância da refrigeração aqui
A vacina da biotecnológica Moderna pode ser mantida, durante 30 dias, a uma temperatura de +5ºC, tal como o caso da vacina da Astrazeneca, sendo que no caso desta o período de armazenamento sobe para 6 meses.
Já no caso da Pfizer tem que estar armazenada a temperaturas bastante inferiores, abaixo dos 70ºC negativos, dias antes de ser usada.

 

Transporte
Eng. Mecânica| Eng. Civil| Eng. Geográfica

Aa vacinas aprovadas até ao momento têm requisitos de manutenção muito exigentes, como já vimos, que naturalmente dificultam o transporte, a distribuição e o armazenamento. Toda esta logística envolve muita Engenharia durante todo o processo.
Nas fábricas, as doses são acondicionadas em caixas, no meio de gelo, para as manter à temperatura indicada. São embaladas e colocadas nos camiões que as vão transportar, durante milhares de quilómetros de estradas construídas graças à Engenharia, até aos países de destino.
Segundo declarações da Cold Jet, líder mundial no fabrico de equipamento de produção de gelo seco e limpeza criogénica, ao Notícias ao Minuto, são transportadas por via aérea ou terreste, em congeladores especialmente concebidos, ou nas últimas etapas do processo de distribuição da cadeia de frio, numa caixa de gelo seco. É muito importante que em cada etapa da distribuição o gelo seco e as caixas permaneçam seladas até chegar ao destino final ou às instalações de ‘recongelamento’.
O gelo seco é adicionado nas unidades de produção e a cadeia de frio não pode ser interrompida até à chegada ao destino final.

Vacinação
Eng. Materiais| Eng. Mecânica| Eng. do Ambiente

A partir do momento que a cadeia de frio é interrompida, ou seja, em que as caixas de armazenamento das vacinas são abertas, a validade das mesmas reduz substancialmente.
Assim, o processo de descongelamento só pode ser feito no momento em que estão para ser administradas. No que diz respeito à vacina da Pfizer, de acordo com as indicações da empresa, devem ser descongeladas e armazenados os frascos não reconstituídos em frigorífico (de 2.ºC a 8.ºC) até cinco dias, 120 horas.
Para uso imediato, deve-se descongelar os frascos à temperatura ambiente até 25.ºC por 30 minutos. Os fracos descongelados podem ser manuseados em condições de luz ambiente.

Para o ato da vacinação é necessário recorrer a uma seringa. Este é um instrumento tipicamente de Engenharia, uma vez que recorre a uma série de materiais específicos que têm necessariamente de trabalhar em conjunto de forma mecânica para que seja possível bombear o líquido para a agulha.
No final da vacinação também há Engenharia no ato da separação e do tratamento destes resíduos perigosos.
Recordamos que mesmo após a toma da vacina as medidas preventivas contra a ​​​​​​​covid-19 devem ser mantidas.

Recorde as recomendações aqui.

 

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