Há oportunidades para startups de Engenharia do programa NextLap

Há oportunidades para engenheiros no programa NextLap, que procura ideias disruptivas e inovação para o ecossistema dos pneus.

 
O programa NextLap pretende desafiar o ecossistema dos pneus em fim de vida útil, através da promoção de novas aplicações para estes materiais e que promovam a economia circular. Este programa é promovido pelo Valorpneu (uma associação portuguesa que recolhe pneus em fim de vida útil e os entrega aos recicladores) e a Genan é uma multinacional recicladora dinamarquesa.
Para saber mais sobre o programa fomos conversar com Ana Ferreira, Gestora de Projeto na NextLap, na Beta i.
 
Que resultados esperam com este projeto?
O que se pretende é trazer ideias disruptivas, que tragam inovação a este ecossistema dos pneus. E o que é isto do ecossistema dos pneus? Nós não temos só os pneus inteiros, temos os pneus fragmentados, temos os pneus e os seus componentes derivados, ou seja, o cobre, o granulado e pó borracha, o metal e as fibras têxteis, e nós estamos à procura tanto de aplicações novas para estes materiais, como uma aplicação ou um produto que já exista mas, que agregado ao pneu ou a um destes componentes, possa dar uma nova vida e possa transformar um novo produto que possa ser útil no mercado. Ou também processos, por exemplo de limpeza destes materiais. Ou seja, tudo que sejam ideias ou projetos que venham impulsionar a utilização do pneu depois dele deixar de ser útil enquanto pneu, enquanto como nós o conhecemos, seja ele inteiro, fragmentado ou nos seus componentes.
 

“A Engenharia nas últimas décadas sempre esteve de mãos dadas com tudo (…) e este é um programa que se inclui dentro da economia circular e da sustentabilidade ambiental principalmente.”

 

De que forma pode a Engenheira ajudar neste vossa missão?
A Engenharia nas últimas décadas sempre esteve de mãos dadas com tudo, até no tempo dos egípcios estava de mãos dadas com a astrologia, enfim, mas nós evoluímos muito e agora estamos numa urgência climática, numa emergência climática, como todos sabem, temos de atuar rapidamente para conseguir reverter algum impacto que tivemos no planeta, e, este é um programa que se inclui dentro da economia circular e da sustentabilidade ambiental principalmente. E como é que nós conseguimos ver que há Engenharia em tudo o que há, pelo menos no NextLap? Porque mais uma vez a Engenharia aqui, vai tentar salvar o comportamento humano que nós tivemos ao longo de muitos, muitos anos relativamente ao pneus que foi uma grande invenção sem dúvida e que nos ajuda muito, mas que nós agora temos que fechar o ciclo, temos de perceber o que lhes fazemos quando eles deixam de servir enquanto pneus em roda. Portanto a Engenharia vem-nos salvar e vem dar uma nova vida e uma vida em benefício da humanidade a estes pneus.
 

“A fase de aplicações vai terminar dia 21 de novembro e a seguir vão ser selecionados os projetos que vão continuar no programa”

 
Em que fase esta o projeto?
Neste momento estamos na fase de procura de projetos, a Beta-i tem acesso a bases de dados com muitos contactos de startups e inovadores, que são entidades que podem e conseguem desenvolver soluções para este programa. Estamos neste momento a ter muitas calls com eles de esclarecimento, uma vez que este projeto é também muito técnico e temos encontrado soluções muito interessantes. Esta fase de aplicações vai terminar dia 21 de novembro, e a seguir a isso vão ser selecionados os projetos que vão continuar no programa e depois temos então um primeiro momento, que é o Innovation Day em dezembro, onde vamos juntar estes inovadores que estamos agora a contactar, à procura no mundo inteiro, e vamos juntar esta segunda camada de parceiros, que não é nem a Valorpneu nem a Genan, mas são os parceiros de industria. E quem são estes? São no fundo os utilizadores finais destas aplicações, por exemplo, nós podemos ter um inovador que vai juntar o têxtil com o betão e vamos ter um parceiro de piloto da área da construção que vai ser um utilizador final de uma solução destas. Ou seja, neste primeiro encontro vão puder ter a oportunidade de se conhecerem e de começarem a trabalhar ideias que podem dar potenciais pilotos no futuro.
Como podem concorrer?
Podem candidatar-se através do website da NextLap.
O que é condição obrigatória para concorrer a este programa?
É muito importante neste programa que as inovações apresentadas tenham já em mente que nós procuramos soluções prontas para o mercado, ou seja, que tenham capacidades de serem escaláveis.
 

“O benefício do programa, onde ele cria valor, é precisamente dar oportunidade de um inovador em Portugal puder perceber como a sua aplicação se pode adequar a outros mercados”

O que é que isto significa?
Significa que existe muita inovação, muitas ideias que estão na fase de piloto. A ideia pode resultar, já tem o project concept, pode ser aplicada, mas não pode ser aplicada em escala, e, o que nós queremos promover aqui é a economia circular e que ela funcione de uma forma eficiente e para isso acontecer tem que haver escala, é preciso haver aplicações que sejam realistas para a borracha, para o têxtil, para o aço, para que estes parceiros de indústria. Que possam de uma forma facilitada aceder a estas soluções e aplicá-las no dia-a-dia dos seus negócios e dos seus projetos. Para isso é essencial que os inovadores tenham em mente que mesmo dentro do programa, e o programa acaba dia 29 de abril com o DemoDay, com a apresentação final dos pilotos, mesmo que nesse dia não seja possível entregar no mercado uma solução pronta, é importante que na descrição do piloto, no cronograma de implementação do piloto, mostrem claramente qual é o tempo necessário para testes e para reunir todos os recursos financeiros e não financeiros, para que aquela aplicação possa ser efetivamente executada e escalável.
Há um prémio?
Neste tipo de programas de inovação aberta o grande beneficio é realmente a colaboração. O benefício do programa, onde ele cria valor, é precisamente dar oportunidade de um inovador em Portugal puder perceber como a sua aplicação se pode adequar a outros mercados, ou mesmo cá, ter oportunidade de fazer um teste com um parceiro de indústria e afinar, por exemplo, uma solução. Aqui o principal ponto não é quem vai ser o vencedor. Participar no programa, ter a oportunidade de discutir os seus projetos com outras pessoas, com a indústria, perceber o que é que a indústria precisa e adequar as soluções, é o principal benefício. A troca de ideias, a troca de conhecimento, exponenciar e promover ao máximo as soluções que são apresentadas no programa.

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