Sustentabilidade nas cidades em debate na região Norte

A Ordem dos Engenheiros da Região Norte (OERN) desafiou responsáveis de diferentes áreas para pensar e debater a sustentabilidade nas cidades, numa conferência com casa cheia.

Sob o tema Sustainability4cities, a sustentabilidade foi analisada sob por diversas entidades (SmartEnergy, BCSD Portugal, Super Bock Group, Mystic Invest/DouroAzul, Fundação Serralves, Municípios de Porto e Matosinhos, Corticeira Amorim, Lipor, Metro do Porto, Universidade do Minho) que partilharam as suas boas práticas que impactam significativamente nos resultados globais rumo à neutralidade carbónica da região Norte.  

O foco de toda a conferência esteve no facto de se olhar para este tema como uma oportunidade para adaptação a modelos de gestão e governação, quer no setor público quer no privado, no sentido de aumentar o valor acrescentado dos recursos disponíveis nas nossas comunidades.

Bento Aires, presidente da OERN, na abertura da conferência apontou que a função da Engenharia é “liderar a transformação digital e energética de forma mais vasta e ampla, porque hoje em dia não de faz nada de forma isolada” retirando que é necessário a interligação de “líderes políticos, empresarias e sociais”. Maria João Correia, vice-presidente da OERN, durante a sua intervenção lembrou o papel da Engenharia “para a construção de um futuro mais sustentável e mais equilibrado” e reiterou a “importância de trazer à Ordem entidades de referência, que estão no terreno a fazer a diferença nas comunidades onde atuam, para discussão.” Ainda na sessão de abertura o Bastonário da OE, Fernando de Almeida Santos lembrou que a Ordem tem o papel também de chamar a atenção para aquilo que são a preocupações comuns de todos.

O debate foi longo, e as conclusões foram apresentadas no final pela Coordenadora do Colégio de Engenharia do Ambiente – Norte, Mercês Ferreira.

Incrementar a eficiência do metabolismo urbano, assumindo a prioridade de redução e valorização do resíduo como um recurso, a fomentação do consumo de produtos locais e o combate ao desperdício, foram defendidos por Fernando Leite Administrador delegado da LIPOR e Filipe Araújo, vice-Presidente do Município do Porto.

Já a estratégia de sustentabilidade da Fundação de Serralves, foi exposta por Ana Pinho, Presidente do Conselho de Administração, enquanto que a visão de cadeia de valor sem desperdício, a aposta na inovação e na economia circular, e promoção de biodiversidade, da Corticeira Amorim, foi partilhada por Cristina Amorim, Administradora e CFO. Paula Paz Dias Ferreira administradora da Mystic Invest e DouroAzul apontou vários exemplos de atuação sustentável no segmento dos cruzeiros e reiterou a necessidade de haver articulação com todos os stakeholders para que a descarbonização de facto aconteça, lembrando ainda que a atuação sustentável das empresas “deve ser premiada, deve haver incentivos, porque ainda fazemos todos pouco, podemos fazer muito mais para as gerações futuras.”

Evidenciou-se que problemas de desenvolvimento e de sustentabilidade só podem ser resolvidos mediante uma participação ativa de cidadãos informados. Realçar aqui o papel dos governos locais, exemplos relatados por Vice-presidente Filipe Araújo de Município do Porto e Manuela Álvares, Vereadora do município de Matosinhos. Por outro lado, Rui Ferreira, do Grupo Super Bock, apontou algumas das ações que já estão a implementar no âmbito da descarbonização da emrpesa, nomeadamente as comunidades energéticas, e lembrou que “temos de ter um esforço conjunto, temos de deixar de falar e passar a fazer”.

Diminuir a intensidade carbónica da mobilidade urbana, desincentivando o transporte individual motorizado, incrementando o peso e a  diversidade das opções de mobilidade baixo carbono na repartição modal, foi outro assunto de relevância aqui tratado, em particular por Tiago Braga, Presidente da Metro do Porto.

João Meneses, do BCSD, apontou que as empresas “são muito diferentes, e que têm passado por muitos desafios para conseguir conquistar mercados mais exigentes”, e que a sustentabilidade é uma vantagem, porque “funciona como um íman para reter pessoas”. Já Lígia Rodrigues, vice-presidente da UMinho, lembrou que a academia tem um papel fundamental em toda a sociedade e que a sustentabilidade também está na base da formação adquirida na universidade. Para Manuel Costeira da Rocha, da Smartenergy, é fundamental que as “entidades públicas respondam, porque estamos numa fase de quebra de paradigmas e para isso é preciso alguma disrupção”

No final da conferência durante a qual se debateu a excelência da Engenharia, fica clara a ideia de que é importante reforçar o trabalho em rede, sendo que as cidades são os lugares onde mais se verificam problemas complexos ambientais e fenómenos de exclusão e polarização social, com consequências severas para a qualidade de vida dos seus  cidadãos e a coesão do tecido social.

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