Delmar Fernandes, da Câmara Municipal de Chaves, é o convidado das Entrevistas Temáticas organizadas pela Delegação Distrital de Vila Real.
De que forma os municípios e as empresas concessionárias de tratamento e abastecimento de água da região estão a reagir à pandemia Covid-19. Esta é a premissa basilar para o ciclo especial de entrevistas temáticas que a Delegação Distrital de Vila Real em parceria com o seu dinamizador temático na área de Engenharia Sanitária, Hugo Afonso, está a promover e que serão partilhadas periodicamente pela Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN).
De que forma o sector da água tem procurado dar resposta ao atual cenário pandémico, em cumprimento da sua Missão? Tem conseguido conciliar com as novas orientações legais que regulamentam os diversos estados de emergência e no imperativo de combater a propagação do surto da doença COVID-19 junto das populações?
A terceira entrevista temática é a Delmar Fernandes, da Câmara Municipal de Chaves.
Como tem sido gerir os sistemas de abastecimento de água e de águas residuais, com a redução da presença física de muitos colaboradores, quer em isolamento quer à distância, em teletrabalho, garantindo a qualidade e regularidade do serviço?
Há muito que a Divisão apostou nas novas tecnologias de informação tendo um sistema de comunicação através dum CRM, digitalização documental, partilha documental e Ordens de Serviço em mobilidade e em linha desde os técnicos até ao trabalhador (pc/tablets) e Visualizadores e dashboars informativos em tecnologia SIG e computadores em tecnologia VDI.
Assim as medidas adotadas anteriormente permitiram minimizar os efeitos da redução da presença física dos colaboradores definindo tarefas específicas complementares com os que estão presenciais para quem está em teletrabalho. Foi implementado o atendimento presencial por marcação e atendimento específico por telefone que é dirigido para o funcionário específico independente do local onde se encontram. Nesta fase houve o incentivo para que os serviços fossem solicitados através do Balcão Digital ou e-mail. Também se promoveu que os pagamentos se fizessem através de transferência bancária ou através do SIBS. Para as faturas em atraso implementou-se a possibilidade de solicitar novos códigos.
Como se conseguem operacionalizar as atividades maioritariamente de terreno/campo? Por exemplo, a reparação de avarias no serviço?
Pontualmente existiram dificuldades operativas resolvidas com uma redefinição das equipas e quando necessário deslocando apoio de outro setor. Como atrás foi dito a utilização da comunicação e execução no local das ordens de serviço através de tablets permite informação em linha o que facilitou em muito a resolução das dificuldades surgidas.
Qual tem sido a evolução dos consumos, roturas e perdas de água na fase de confinamento?
Os consumos de 2020 diminuíram tendo as perdas ficado em valores percentuais semelhantes aos de 2019 fora das expectativas muito derivado ao aumento do tempo médio de demora na intervenção. O número de roturas diminuíram derivado aos investimentos que se estão a fazer nesta área.
Há investimentos em infraestruturas, equipamentos ou I&D que ficaram suspensos?
Não. Considerando este setor como prioritário houve um esforço para que a modernização das infraestruturas, equipamentos e I&D se mantivessem
Houve necessidade de retificar o orçamento municipal, prevendo um incremento ao valor orçamentado previsto ser investido no setor do abastecimento de água e do tratamento de águas residuais no concelho em face da grave crise económica associada à crise pandémica?
Não