[Fotogaleria] “Os Engenheiros são a espinha dorsal da transição energética e da transformação tecnológica”

Os Engenheiros e Engenheiras Eletrotécnicos encheram a Sala 3 do Centro de Negócios da EXPONOR, para fazerem parte de um dia dedicado a explorar e debater o que de melhor se faz na Engenharia Eletrotécnica em Portugal

No passado dia 20 de novembro, a EXPONOR recebeu mais de 100 Engenheiros Eletrotécnicos que, entre momentos de networking e partilha de experiências, tiveram a oportunidade de saber mais sobre o presente e preparar o futuro da Engenharia Eletrotécnica.

Teresa Nogueira, do Conselho Regional de Colégio de Engenharia Eletrotécnica – Norte, abriu a sessão da manhã deste Encontro dando as boas-vindas aos presentes e congratulando a adesão a esta iniciativa, tão importante para a difusão de conhecimento.

Bento Aires, Presidente do Conselho da Região Norte, foi outro dos oradores da sessão lembrando a necessidade de exaltar o peso e a importância que os Engenheiros Eletrotécnicos têm na sociedade, demonstrado pela forte presença demonstrada neste encontro.

“Os Engenheiros Eletrotécnicos são uma parte fundamental da cidade e da sociedade”, sublinhou Filipe Araújo, ainda na sessão de abertura. O Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto reforçou que há, a cada dia que passa, uma maior necessidade de desenvolver um futuro elétrico sustentável, que só é alcançado com a participação ativa daqueles.

“A transição 5.0, a descarbonização e as energias renováveis são temas em que os Engenheiros Eletrotécnicos têm um grande poder de ação, devido ao trabalho que desenvolvem e às ferramentas que utilizam” afirmou o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando de Almeida Santos, via vídeo.

Maria João Pereira, via vídeo, afirmou que “este encontro promove o debate sobre alguns dos temas mais relevantes e transformadores do nosso tempo”, desafios setoriais e fundamentais para a sociedade. Para a Secretária de Estado da Energia e última oradora da abertura, os Engenheiros Eletrotécnicos têm uma especialidade e competências de Engenharia que têm sido fundamentais “no desenvolvimento sustentável e inovador do País”.

Seguiu-se o primeiro painel, moderado por Mário Almeida, Coordenador do Conselho Regional de Colégio de Engenharia Eletrotécnica – Norte, e Teresa Nogueira, do Conselho Regional de Colégio de Engenharia Eletrotécnica – Norte, que arrancou com o tema da “Descarbonização da Energia – Ventos de Mudança para o Setor Energético”. Susana Serôdio, da APREN, João Amaral, da VOLTALIA, Diogo Moreira, do IPVC e Daniel Ribeiro, da OCEAN WINDS, reforçaram que atualmente a sociedade se encontra em plena fase da transição energética, em que o objetivo principal é a descarbonização. Daí que a implementação de estratégias de descarbonização acarreta desafios significativos para as empresas, tanto operacionais como estratégicos. Para além de novos investimentos, há aspetos regulatórios, dependência das cadeias de abastecimento e, ainda, a exigência de novas infraestruturas de redes.

Para os oradores é essencial reforçar a aposta na transição energética. A energia eólica tem tido o desenvolvimento a que todos temos assistido. Portugal tem-se destacado com elevadas percentagens de contribuição eólica, tanto na matriz energética nacional, como o seu destaque nos top 10 dos países europeus.

A energia eólica em terra está mais limitada, devido ao pouco espaço disponível em terra, no entanto, existe bastante espaço ao nível marítimo. A Zona Económica Exclusiva de Portugal é a 3ª maior na União Europeia, a 20ª no mundo. O país está a iniciar-se na indústria offshore com tecnologias distintas da maioria dos países do norte da Europa. A expansão das energias renováveis oceânicas têm tudo para impactar positivamente as economias locais, nomeadamente, as regiões costeiras de abrigo à receção da energia proveniente do mar.

“Infraestruturas para a Mobilidade Sustentável” foi o primeiro painel da sessão da tarde. Aqui Hélio Costa, da TOYOTA CAETANO Portugal, Fernando Martins, da ENSE, e Teresa Ponce de Leão, do LNEG, falaram da indústria dos veículos elétricos (VEs) que está no centro da descarbonização global, com potencial para desenvolvimento, no entanto, a diferentes velocidades. A Europa continua a investir, os EUA com um abrandamento registado. Os VEs estão a confrontar-se com a disrupção na cadeia de abastecimento, especialmente devido à concentração do controle de matérias-primas críticas pela China. O futuro dos VEs, dizem, será moldado por um equilíbrio dinâmico entre globalização e protecionismo, dependendo de fatores económicos, tecnológicos e geopolíticos. São ambos caminhos com caraterísticas que podem coexistir ou colidir.

A mobilidade do futuro exigirá uma integração de serviços e sistemas essenciais para atender à acessibilidade, eficiência e diversidade, como as redes de carregamento inteligente; produção de H2 verde para a mobilidade; redes para distribuição de biocombustíveis e e-fuels (combustíveis sintéticos) para os veículos. Esta sessão foi moderada por José Barradas e Teresa Nogueira.

O terceiro e último painel, protagonizado por Carlos Vieira, da ANESPO, Luís Coelho, do CEDROS, e Mário Almeida, Coordenador do Conselho Regional de Colégio de Engenharia Eletrotécnica – Norte, e moderado por José Manuel Freitas, Secretário do Conselho Diretivo da Região Norte, e Teresa Nogueira, do Conselho Regional de Colégio de Engenharia Eletrotécnica – Norte, abordou o tema do Ensino e Formação Profissional de Engenheiros/as.

Aqui os oradores sublinharam que uma das perspetivas positivas mais relevantes associadas ao EFP é a perceção que ele não é um caminho final, mas sim uma base sólida para a aprendizagem contínua, tanto no ensino superior como no estudo de outras áreas, mais ou menos tecnológicas.

A formação profissional contínua ao longo da vida e requalificação profissional, parece ser mais eficaz e capaz de aplicar o conhecimento teórico ao mundo prático real, algo que é particularmente relevante nas áreas-chave do nosso futuro coletivo como é o caso da tecnologia e da Engenharia.

O conceito de “trabalho para a vida toda” está a mudar, tanto no mercado de trabalho como na mentalidade. Os jovens já não esperam permanecer na mesma função ou setor durante toda a vida, bem pelo contrário, têm a expectativa de explorar novos caminhos profissionais

Terminaram reforçando que as associações profissionais como a OERN podem desempenhar um papel crucial na formação e no ensino profissional, atuando como um elo entre as necessidades do mercado de trabalho e os programas de formação contínua reconhecidos pelas empresas ligadas à Engenharia.

Este dia terminou com reflexões relevantes para um futuro sustentável, sempre apoiado nas capacidades dos Engenheiros Eletrotécnicos. Depois de debates repletos de experiência e soluções para os desafios enfrentados no presente é hora de reforçar que Há Futuro onde Há Engenheiros.

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