No passado dia 19 de novembro, os Roteiros de Engenharia regressaram à UTAD, para uma visita guiada ao ForestWise e ao Jardim Botânico, seguida de uma conferência intitulada “Floresta de Oportunidades”
O último Roteiro de Engenharia de 2024, arrancou na UTAD com uma visita ao ForestWISE, o Laboratório Colaborativo da Floresta (Colab ForestWISE) que une 16 parceiros na proteção e gestão sustentável da floresta.
A tarde começou com a conferência “Floresta de oportunidades”, no Auditório do Parque Natural do Alvão em Vila Real, que contou com a presença de oradores especialistas no setor florestal e ainda de futuros Engenheiros como Salomé Teixeira, João Sabino e Eduardo Alves.
José Carlos Pinto, Delegado Distrital de Vila Real, iniciou reforçando que está ciente da “preferência dos mais jovens por cursos de engenharia mais tecnológicos e digitais”, pelo que o objetivo é “desmistificar uma perceção errada” e provar que “a engenharia florestal envolve cada vez mais tecnologia e digitalização nos seus processos”. Sobre o futuro desta Engenharia acredita que “a valorização dos serviços ecológicos terá um impacto positivo na formação de mais engenheiros florestais e agronómicos”.
Seguiu-se a intervenção de Bento Aires, Presidente do Conselho Diretivo da Região Norte, que sublinhou a necessidade de tornar a Engenharia Florestal mais apelativa, frisando que esta é “um curso com futuro e que tem emprego”, existindo um elevado numero de solicitações na Ordem dos Engenheiros para encontrar profissionais nesta área. Bento aires terminou alertando que “o futuro será tanto ou mais sustentável quanto mais engenheiros florestais tiver”.
Sandra Sarmento, Diretora Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte, moderou a mesa redonda da Conferência “Uma Floresta de Oportunidades”, reforçando a importância de “fugir da discussão em torno do fogo para trazer uma nova abordagem para a floresta”, o que só é possível com uma comunicação “positiva e construtiva, desde o pré-escolar até ao ensino universitário”. Já Domingos Lopes, Diretor do Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagística da UTAD sublinhou que há uma necessidade urgente de formar mais jovens em Engenharia Florestal, de modo a enfrentar os desafios presentes e futuros.
No subtema da comunicação desta Engenharia Jorge Cunha, gestor de projetos no Laboratório Colaborativo ForestWISE, observou que “a Engenharia Florestal esteve durante muito tempo fechada sobre si mesma e não se abriu a outras áreas” sendo imperativo “comunicar melhor esta área”. Pedro Lencart, diretor da empresa Antarr, que se dedica ao investimento em Floresta Produtiva Biodiversa, concorda, pois admite “dificuldades em atrair profissionais, sobretudo, para o Interior”. “É uma coisa que me preocupa e não consigo entender”, notou, concedendo que seja mais por “desconhecimento” do que por “não gostar da profissão”.
A sessão terminou com a intervenção de João Gama Amaral, Coordenador Nacional do Colégio de Engenharia Florestal da Ordem dos Engenheiros, que refletiu sobre a importância de iniciativas como esta, que dão a conhecer melhor esta Engenharia e a refletir sobre a forma como olhamos hoje para a floresta, sabendo o impacto que pode ter no amanhã.