A propósito dos Corona Bonds: outras guerras, outras batalhas (Parte 1 a 9)

Por António Bouça Morais, engenheiro eletrotécnico e vogal da Delegação Distrital de Viana do Castelo

 
Os Bonds (Certificados, Títulos) surgiram durante a Primeira Grande Guerra Mundial (WW I), 1914-18, em vários países beligerantes como forma de financiar o enorme esforço de guerra. A Inglaterra, o Império Austro-húngaro, a Alemanha (Kriegsanleihe- títulos públicos de guerra) e depois os Estados Unidos da América (Liberty Bonds) emitiram destes títulos como forma de captar as poupanças das populações e instituições, com a promessa de juros atrativos.
 

Para que os menos abonados pudessem também participar nas campanhas patrióticas dos Bonds foram lançados uns selos de poupança (Thrift Stamps) que permitiam, por centavos (25), ir adquirindo estes e, colando-os em caderneta própria, até perfazer o valor de um título (25×16 selos=4 USD), fazendo-se a seguir a troca. Corona Bonds
Como então não havia internet nem televisão, a forma mais usual e impactante de publicitar e influenciar as massas era o uso de cartazes com imagens apelativas e mensagens escritas, curtas, mas incisivas, como complemento. Estas campanhas aconteciam com alguma repetência para a participação no esforço de guerra (despertar as consciências para a necessidade de disponibilizar ou investir poupanças requer persistência…)
Também na Segunda Guerra Mundial (WW II) esta prática se repetiu: Savings Bonds – USA – (Títulos ou Certificados de Poupança), War Bonds – USA – Títulos de Guerra, War Savings – UK – Poupança de Guerra, Defense Bonds – UK – Títulos de Defesa, Victory Bonds – Canadá, etc.
Nesta altura já o cinema era veículo promocional; assim, muitas curtas-metragens se fizeram também, com os “astros” de então, apelando ao patriotismo e à participação das populações, ou seja, à retaguarda da frente de combate.
Por analogia com a presente guerra Covid-19, mostraram-se aqui alguns dos muitos cartazes usados durante as WW I e WW II.



Certificados/Empréstimos ou Bonds permitem “empurrar para diante” e diluir no tempo os fortes encargos do presente. Reservemos alguns euros para quando o momento chegar pois, ou de forma voluntária: adquirindo Corona Bonds ou outros, ou de forma forçada: impostos, todos seremos chamados a participar. Não esquecer que, para “os fundos europeus”, que provavelmente entrarão em cena, também somos contribuintes. Esperemos que, por aí, o espírito Marshall prevaleça sobre o espírito Versalhes.
Corona Bonds Só a título de avivar a memória: recordam-se de, em 1983, aquando da 2º visita do FMI ao nosso país, o Governo de então, ter pago parte do subsídio de Natal (13º mês) aos funcionários públicos em Certificados de Aforro que só poderiam ser remidos meses mais tarde?
Em 2011, generalizou-se a ideia, repetidamente circulada nas redes sociais, que, o Fundo Monetário Internacional (FMI) quando na segunda visita a Portugal obrigou o Governo a apertar os gastos e a controlar o défice e que, por isso, o Governo de Mário Soares pagou o Subsídio de Natal de 1983 aos funcionários públicos em certificados de aforro. O que é falso. Nesse ano o que houve foi um imposto extraordinário sobre o Subsídio de Natal. Imposto, simplesmente (Ver: Lei 37/83).
Os certificados de aforro surgiram cinco anos depois, pela mão de Miguel Cadilhe, ministro de um Governo de Cavaco Silva. Foi no final de 1988 e não teve a ver com o Subsídio de Natal. O Governo decidiu dar uma compensação aos funcionários públicos porque a inflação estava a ser superior à prevista aquando da negociação das tabelas salariais para esse ano. Ou seja: não foi imposto, foi bónus. Com uma limitação: os certificados só poderiam ser levantados meio ano depois, a partir de maio de 1989 (Ver: Decreto-Lei 450-A/88).
Nota explicativa:
Quando da pesquisa para a elaboração do livro Gritos Na Parede – Coleção de cartazes portugueses do sec. º XX de Segurança e Saúde no Trabalho, (2018) patrocinado pela OERN, encontrei, pelos museus do mundo (via internet) uma quantidade enorme de cartazes disponíveis dos mais variados temas. Os relativos às WW I e WW II, pareceram-me dos mais imaginativos e apelativos.
 

2. A União faz a força

Nas crises graves mundiais (WW I e WW II) * os povos (nações) sentiram necessidade de se aliarem e, a solidariedade foi marca relevante.
No pós Segunda Guerra Mundial surgiu a ONU – Organização das Nações Unidas, como uma organização internacional de manutenção da paz e um fórum para resolver conflitos entre nações, que conseguiu, até hoje (75 anos passados), evitar a eclosão de novo conflito global, nesta Europa que foi cenário das duas guerras anteriores. Durante a Guerra, em 1941, o presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, criou o nome “Nações Unidas” para os Aliados.  em 1º de janeiro de 1942, pela Declaração das Nações Unidas, fica estabelecida a base da entidade com o mesmo nome, contemporânea. Corona Bonds
A ONU substituiu a Liga das Nações, constituída após a Primeira Guerra Mundial como uma organização internacional de manutenção da paz, mas que foi ineficaz pois não conseguiu impedir o início da Segunda.
Este sentido de união procurou cimentar-se nos espíritos dos povos das diferentes nações pela profusão de cartazes apelativos. Estes aludem não só às alianças militares como também à necessidade do suporte determinado da retaguarda.


Com uma Europa devastada, os Estados Unidos da América estabeleceram um plano de apoio aos seus aliados da Europa, segundo critérios de rápido renascimento; os países do Eixo foram também contemplados assim como os que se mantiveram neutros durante o conflito. O Plano Marshall (tomou o nome do seu Secretário de Estado – equivalente ao nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros-, General George Marshall), conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Europeia, foi fundamental para acelerar a reconstrução das indústrias, agricultura e comércio, promover a cooperação intereuropeia e proporcionar um nível de vida mais elevado.
Este apoio foi gerido pela Organização Europeia para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCEE, formada em 1948 por todos os países beneficiários, formada para administrar a ajuda americana e canadiana no âmbito daquele Plano. O Plano Marshall resultou num incrível crescimento econômico para os países europeus envolvidos; a Europa experimentou o período de máximo crescimento econômico de sua história. A produção industrial cresceu 35%, e a produção agrícola superou níveis dos anos anteriores à guerra.


Após os Tratados de Roma de 1957 para o lançamento da Comunidade Econômica Europeia, a Organização Europeia para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, cumprida a sua missão, foi reformada e a OCDE substituiu oficialmente a OCEE em setembro de 1961. Os 20 membros fundadores oficiais são:
Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha Ocidental, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, , Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.
Nos 12 anos seguintes, Japão, Finlândia, Austrália e Nova Zelândia também se uniram à organização. A Jugoslávia tinha estatuto de observadora na organização desde o início, até à sua dissolução como país.
Também este Plano Marshall foi anunciado e enaltecido com múltiplos cartazes, um pouco por todo o lado.




Corona Bonds A nossa atual “comunidade” resulta de múltiplas alterações evolutivas: iniciou com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA – 1951) a que se seguiu a Comunidade Económica Europeia (CEE- 1957) e finalmente a União Europeia (EU) desde dez.2009. Nesta Europa coabitam 27 estados, 24 línguas oficiais e 4 ou 5 religiões…
Estamos agora confrontados com outra “crise”, de carater diferente, mas igualmente penalizadora e desestruturante da economia. A dimensão dos danos estão por avaliar, mas as perdas serão elevadas. Espera-se que a nossa União Europeia se comporte efetivamente como tal na resolução dos problemas económicos que se adivinham.
 

3. Retaguarda ou Frente Doméstica

Numa Guerra, para manter a frente em combate, é preciso contar com uma retaguarda ativa e eficiente, capaz de fazer o municiamento da frente e simultaneamente garantir o mínimo de condições de subsistência das populações. Esta retaguarda ativa, durante a Segunda Guerra Mundial, uma guerra total, foi designada como Frente Doméstica (Home Front). A produção de cada nação tornou-se muito valiosa para as potências beligerantes.
A atividade empenhada da frente doméstica foi parte significativa do esforço de guerra para todos os participantes e teve grande influência no resultado da guerra. Os governos ocuparam-se de novas problemáticas, como racionamento, realocação de mão de obra, defesa doméstica, evacuação em face de ataques aéreos e resposta à ocupação por uma foça inimiga. O moral e a determinação das populações reagiram positivamente às lideranças e os apelos (propaganda) muito suportados por cartazes.
As vivências da Primeira Guerra Mundial foram ensinamentos úteis para a mobilização da produção económica que foi um fator importante no apoio às operações de combate e que ajudaram a fortalecer o moral da população civil. Cada país tentou, também, eliminar boatos, que normalmente eram negativos ou derrotistas ( as fake news de hoje…).
A disciplina era fundamental e assentava em princípios bem nítidos e mostrados pela seleção de cartazes que se irá mostrando, sendo este o veículo comunicacional predominante à época.
As temáticas eram múltiplas e variadas, tais como:

  • Preservar a saúde e evitar os acidentes laborais (proibido ficar doente ou ferido: ficar inativo)
  • Redobrar o esforço laboral
  • Reprovar o absentismo e a preguiça
  • Tratar cuidadosamente as ferramentas
  • Incentivar o reforço da mão-de-obra feminina na indústria
  • Produzir mais alimentos (incentivo à produção doméstica) – Dig for Victory (Cavar para a Vitória)
  • Não desperdiçar alimentos
  • Poupar energia e outros bens (ser frugal)
  • Reutilizar, reciclar “lixos” (restos alimentares, papel, metal, borracha, trapos, ossos, …) (ao que hoje chamamos economia circular…)
  • Incentivar o “Faça você mesmo”, muito do que necessita.
  • Suprimir boatos (hoje, fake news…)…

Segue-se a apresentação de cartazes, mensagens ilustradas, de período de crise social do passado, semelhante à que estamos a viver, mas, esta de agora, muito menos dramática.
Dada a grande quantidade e diversidade de imagens, serão apresentadas por partes, seguindo a ordem das temáticas atrás enunciadas.

• Preservar a saúde e evitar os acidentes laborais (proibido ficar doente ou ferido: ficar inativo)

• Redobrar o esforço laboral

• Reprovar o absentismo e a preguiça

• Tratar cuidadosamente as ferramentas

• Incentivar o reforço da mão-de-obra feminina na indústria

 
 

4. Retaguarda ou Frente Doméstica

Numa Guerra, para manter a frente em combate, é preciso contar com uma retaguarda ativa e eficiente, capaz de fazer o municiamento da frente e simultaneamente garantir o mínimo de condições de subsistência das populações. Esta retaguarda ativa, durante a Segunda Guerra Mundial, uma guerra total, foi designada como Frente Doméstica (Home Front). A produção de cada nação tornou-se muito valiosa para as potências beligerantes.

  • Produzir mais alimentos (incentivo à produção doméstica)

 – Dig for Victory (Cavar para a Vitória)
 
O período de guerra implicou escassez de quase tudo nomeadamente alimentos. O racionamento foi constante. (A Alemanha usou a fome como arma de guerra; países ocupados como a França, a Holanda e a Polónia sentiram-no fortemente).
O recrutamento dos jovens agricultores, em todos os países beligerantes, fez cair a produção de bens alimentares o que foi, em boa parte, suprido pelos jardins para a vitória ou jardins de alimentos para a defesa eram espaços de plantio de vegetais, frutas e ervas aromáticas, em residências particulares e parques públicos, nomeadamente no Reino Unido, nos Estados Unidos , no Canadá, na Austrália e na Alemanha durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais. não só para complementar a alimentação familiar como também para elevar o moral pois os jardineiros sentiam-se importantes pela sua contribuição neste trabalho e recompensados ​​pelos produtos cultivados. Isso fez dos Jardins da Vitória uma parte importante do quotidiano na frente doméstica.
Em Inglaterra, o chefe do Planeamento Agrícola do Ministério da Alimentação, professor John Raeburn (1912-2006),  montou a campanha Dig for Victory; esta foi liderada por Lord Woolton, Ministro da Alimentação, e provocou grande entusiasmo no público; criou o Dr. Carrot e o Potato Pete, usou intensamente as transmissões de rádio e criou e  afixou cartazes sugestivos em estações, lojas e escritórios; produziu folhetos e receitas, bem como canções e slogans dedicados e até listas de alimentos recomendados, “de graça” no campo.
Foi uma campanha inspiradora, realizada com grande sucesso, usando técnicas de marketing avançadas para a época.




 
Também a famosa cerveja Guinness promoveu, então (1942), campanha publicitária premiando o esforço com ”uma cervejinha” (Guinness, claro!)

 
 
Ainda hoje,75anos depois do fim da guerra (a 8 de maio de1945, a Alemanha nazi assinou rendição incondicional), no Reino Unido e no Canadá se recorda, com grandes festividades (em junho/julho – feiras agrícolas e diversões), o Dig For Victory. As deste ano foram canceladas por razões óbvias. Os bilhetes já vendidos valem para o próximo ano…
 

Nota:
Em Inglaterra e também em alguns estados americanos, Vermount, nomeadamente, está a estimular-se agora, a exemplo da 2ºguerra mundial, o desenvolvimento de hortas privadas preventivas da escassez possível de frescos.
Corona Bonds
https://www.growlikegrandad.co.uk/allotment/sowing-growing-allotment/why-dig-for-victory-is-vital-in-2020-growyourownaforcorona.html
 
Milhões de americanos plantaram jardins da vitória por insistência do governo durante a Segunda Guerra Mundial, na esperança de fornecer uma fonte abundante de legumes frescos durante um período de escassez de alimentos. Quase um terço eram novos jardineiros, e as colheitas tiveram diferentes níveis de sucesso.

Corona Bonds O programa Vermont Victory Gardens combina jardineiros mestres com aqueles que procuram cultivar os seus próprios alimentos; a orientação dura desde o planeamento e o plantio até à colheita.

https://www.sevendaysvt.com/BiteClub/archives/2020/05/05/master-gardeners-help-food-insecure-vermonters-plant-victory-gardens

 
 

5. Munições de boca

Munições de Boca, terminologia usado em meio militar*, mantimentos para a tropa em tempo de guerra, é aplicável, por extensão, à população civil: todos precisam comer.
Assim, em período de carência alimentar, a gestão dos víveres é indispensável para a sobrevivência.
Vimos antes o forte empenho na produção alimentar, com cartazes muito expressivos envolvendo toda a população civil. Os que se seguem, destinados quer à frente militar quer à frente doméstica, não o são menos.
O apelo à contensão do consumo, à frugalidade, ao não desperdício, ao reaproveitamento como recolha e encaminhamento de óleos de fritura usados e aproveitamento de restos para alimentação animal são exemplos ilustrados. Também o apelo à conservação de excedentes em compotas e outras conservas par o inverno, foram objeto de campanha.
O açambarcamento é socialmente reprovável.
Já durante o primeiro grande conflito mundial (1914-18) surgiram cartazes incentivadores, mas, com a arte e a técnica da comunicação gráficas mais desenvolvidas, é durante o segundo grande conflito (1939-45) que os cartazes ganham outra vida.
*Em Portugal, a Junta da Administração dos Provimentos das Munições de Boca foi instituída por Alvará de 1 de julho de 1762 (D. José I).
Duas notas:
1. Os Estados Unidos da América, quer no primeiro quer no segundo dos grandes conflitos bélicos entraram tardiamente neles.
No primeiro (1914-18), com o afundamento de navios mercantes por submarinos alemães (U-Boot) e o convite do ministro dos negócios estrangeiros da Alemanha ao México para se juntar à guerra oferecendo contrapartidas contra os americanos na recuperação de territórios no Texas, Novo México e Arizona (telegrama Zimmermann) foi assumido por estes como ato inadmissível e, a 6 de abril de 1917, declararam guerra à Alemanha.
No segundo (1939-45), foi após o ataque militar surpresa do Serviço Aéreo Imperial da Marinha Japonesa contra a base naval de Pearl Harbor em Honolulu no Território do Havaí, domingo de manhã, a 7 de dezembro de 1941. Este ataque levou à entrada formal dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial no dia seguinte.
2. Tojo (Hidequi Tojo), que aparece em muitos cartazes, representa a tropa japonês que atacou a frota americana estacionada em Pearl Harbor. Era um general do Exército Imperial, ministro da guerra e primeiro ministro (1941-44).
 



Não estrague comida, lamba o prato, a comida é uma arma, comida é munição de guerra, não sirva mais do que vai comer …
são frases repetidas em múltiplos cartazes:


 

6. Frugalidade

Reduzir resíduos, reciclar, poupar recursos – energia e outros, auto produzir, …
   (O que hoje designamos por “Economia Circular”)

  • Poupar energia – combustíveis e outros


  • Reutilizar, reciclar “lixos” (restos alimentares, papel, metal, borracha, trapos, ossos, …)

Recuperação de lixos para reciclagem-
UK 1939-45
Era importante informar qual o destino de cada tipo de resíduo (diálogo dos lixos e cartaz do avião bombardeiro) pois aproximava os combatentes da frente doméstica dos da frente de guerra;  o tom suave destes cartazes visa manter o moral elevado nas populações a que se destinam e dar algum conforto aos que na frente de fogo arriscam a vida.
Corona Bonds Diálogo dos lixos:
Papel: Bem, rapazes, eu vou para a fábrica de cartuchos (munições)!
Ossos:  … E eu para a fábrica de colas!
Farrapos: E cá estou eu para as munições!
 
O grande encontro
Quando é que estes três se encontrarão de novo?
Nas caixas de munições, num tanque ou num avião?
Corona Bonds  

Cartaz Bombardeiro:

Vê como os teus resíduos recuperados contribuem para os Bombardeiros

1. Sucata de Metal: Bombas, metralhadoras, canhões, cartuchos de balas, máquinas voadoras e outros.
2. Papel velho: Buchas para munições, juntas de vedação para máquinas, caixas para balas, embalagens várias, isolamentos rádio, folhas plastificadas e cada tonelada para as juntas de cada km de pista em betão.
3.Borracha usada: Pneus de avião, depósitos de auto-vedação, botes de borracha, isolantes para rádio e outros, máscaras de oxigénio, coletes salva-vidas, …
4. Ossos: Glicerina para explosivos.




As escolas e seus alunos foram elementos fundamentais nas recolhas seletivas (cartaz canadiano).

  • Aproveite os restos de cozinha para a alimentação de animais, eles agradecem!
  • Faça criação; produsa a sua carne.

Também aqui, com os porcos falantes, o humor está presente, aligeirando o dramatismo da época.
Tudo se aproveitava. Incentivava-se a criação de animais, utilizando os restos e sobras alimentares…
 
 

 7. Incentivo a: “Faça você mesmo”, muito do que necessita.

Durante a segunda guerra mundial, o racionamento atingiu todos os beligerantes. Em Inglaterra, ilha “sitiada” pelos submarinos alemães, como já havia sucedido na primeira grande guerra, este estado de sítio abrangeu quase todos os produtos incluindo tecidos e vestuário. Foi fator importante para fazer as coisas durarem. Os civis, frente doméstica, poupavam e racionavam comida, maquinaria e também as roupas. Embora não houvesse muita mudança, a moda tinha importância na vida das mulheres, pois estavam sempre a ser incentivadas a dar o seu melhor, mantendo boa aparência como forma de aumentar o moral.
Em junho de 1941, o plano de racionamento de roupas foi introduzido por Oliver Lyttleton, Presidente da Junta Comercial, lançando livros conhecidos como livros de racionamento de roupas. O objetivo era incentivar a que, o que cada um já possuía durasse mais, para que o governo pudesse redirecionar a produção por forma a garantir as necessidades da frente de combate (fardamentos, paraquedas e outros) e evitar rutura de matérias-primas. O racionamento não apenas manteve baixa a procura como também permitiu a distribuição e disponibilidade equilibrada na generalidade das lojas de roupas.
Racionar significava minimizar, daí um estilo simples, mas elegante.
O racionamento de roupas era forte pressão para a reciclagem, pois, com a ajuda dos livros de racionamento de roupas, convertiam-se as peças de roupa existentes em um estilo diferente, mantendo o mesmo material.
A campanha que comandou esta prática, com cartazes e os livros já referidos, chamava-se:
Mak-Do and Mend” (Faz-Renova-Concerta) com a Mrs Sew Sew (Srª Cose Cose) como protagonista.
 
Cartazes:

 
Livros de racionamento de roupas com títulos como:

 

A moda, em Inglaterra, entre 1939 e 1945 foi muito importante e mais colorido do que as fotos a preto e branco da época mostram. As pessoas eram encorajadas pelo governo a parecerem alegres na tentativa de manter elevado o moral.
Em 2015 (70º  anniversário do fim da guerra)  o Imperial War Museum  (Londres) promoveu uma interessante exposição: Fashion On The Ration. Recomenda-se a visita em: https://www.dailymail.co.uk/femail/article-2885421/How-style-home-black-white-Second-World-War-s-enduring-influence-British-high-street-revealed.html
 
A guerra funcionou como estímulo para acelerar o desenvolvimento de técnicas e produtos. O Nylon foi um desses produtos já na moda nas meias de vidro e collants das senhoras, mas veio a tornar-se “arma de guerra” no fabrico de paraquedas. Tecidos em poliamida (nylon), primeira fibra sintética, mais resistente que o aço, mais fina que uma teia de aranha e mais elástica do que qualquer fibra natural, patenteada em 1938 pela Dupont, e apresentado nesse ano na Feira mundial de Nova York, fora desenvolvido em 1935 pelo Dr.Wallace Hume Carothers.
Entrando na guerra, os Estados Unidos aportaram à campanha toda a ajuda possível, incluindo a produção de naylon, que foi única e exclusivamente utilizado na fabricação e evolução de diversos equipamentos de guerra como: paraquedas, tendas de campanha e cordas. Durante a guerra foram produzidas 13 kton de naylon por ano. Mesmo depois do final da guerra em 1945 e até 1949, a produção desta fibra sintética voltou em força, chegou à produção de 25 kton por ano.
Após a guerra, com a falta de seda e naylon devido às restrições do uso do material impostas pelos governos, em fase de recuperação, muitos paraquedas de guerra foram utilizados para a confeção de vestidos.
 

 Outra evolução tecnológica importante surgiu com o desenvolvimento da lâmpada fluorescente, criada por Nicolau Tesla e introduzida no mercado em 1938, mas a sua grande aplicação foi impulsionada pelo uso nos grandes pavilhões industria de guerra que, trabalhando dia e noite, precisavam de iluminação mais barata (menos consumidora de energia elétrica). Consta que foi nos pavilhões de fabrico de para-quedas onde primeiro se instalaram. As duas imagens seguintes são fotos oficiais tiradas em 6 de janeiro de 1943 na empresa National Automotive Fibers. Estão aí mais de 150 mulheres, de todas as idades, fabricando paraquedas, onde se notam já as armaduras com as ditas lâmpadas. Além de serem de duas a quatro vezes mais eficientes em relação às lâmpadas incandescentes, as fluorescentes chegam a ter vida útil acima de dez mil horas de uso, contra a durabilidade normal de mil horas das incandescentes.

 

  • Cautelas com a espionagem, suprimir boatos (hoje, fake news…), e…o fator medo na propaganda governamental

Obviamente que no tempo da segunda guerra mundial, sem os meios tecnológicos de hoje, a espionagem se fazia noutros moldes. O cuidado a ter nas comunicações (telefónicas e interpessoais) era permanentemente recordado com veemência. O combate ao boato desmoralizante estava também profusamente ilustrado nos cartazes da época.
 
 
O fator medo
Apesar das genuínas solidariedade e generosidade das populações de países fora do teatro das operações bélicas como o Canadá, os Estados Unidos da América e Austrália, entre outros, para com os povos aliados do continente europeu, o fator medo expresso nas propagandas governamentais condicionou, por certo, os comportamentos das frentes domésticas e militares.
 
 


 
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8. Guerra biológica

Desde sempre a humanidade, nos contactos com outras espécies animais ou no encontro de civilizações longínquas, esteve sujeita a surtos epidémicos como, por exemplo, no contacto de Colombo com os ameríndios em que o sarampo, hoje uma doença de infância pouco perigosa, ao ser introduzido na América, provocou nos nativos, sem defesas imunológicas ou genéticas, alta mortalidade. Presume-se que a sua entrada na Europa tenha sido igualmente traumática, e teria provavelmente ocorrido nos últimos séculos da existência do Império Romano onde as suas epidemias combinadas com as da varíola teriam sido fatores importantes para o seu declínio e queda.
Hoje, com a crescente mobilidade, as epidemias transformam-se facilmente em verdadeiras pandemias. Os vírus e as bactérias existentes são incontáveis; para muitos destes microrganismos vamos criando defesas naturais (anticorpos), com o desenvolvimento científico induzimos outros (vacinas) e para outras maleitas bacterianas os antibióticos vão resolvendo os problemas.
No período a que nos temos vindo a referir, crises provocada pelas duas Guerras  Mundiais , primeira metade do século XX, de vacinas já algumas,  de antibióticos nada ou pouco (A penicilina foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming mas esta descoberta não despertou inicialmente interesse e não houve a preocupação de a usar para fins terapêuticos em casos de infeção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Em 1940, Sir Howard Florey e Ernst Chain, de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina – a era dos antibióticos. Por este trabalho, os três vieram a receber o Prémio Nobel da Medicina, em 1945).
Assim, sabendo-se já que muitas dessas doenças infectocontagiosas se transmitiam de pessoa para pessoa através das gotículas de saliva expelidas pelo espirro ou tosse, a forma de as evitar ou combater, porque não havia vacina ou tratamento eficiente, era promovendo medidas higiénicas preventivas como o espirrar ou tossir para o lenço (hoje uso da máscara) e o lavar de mãos frequente (como agora).
As preocupações dos governos, nestes períodos de crise social, estão bem patentes nos cartazes da propaganda da época.
Já em capítulo anterior se referiu a grande preocupação de a população civil se manter saudável não só para evitar quebras na produção como também (como hoje, com a pandemia covid-19) aliviar os serviços de saúde para acudirem à frente de combate.

  • Vacinação de crianças

Em período de crise social (WWII) a campanha de vacinação intensifica-se.
Para a difteria provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que duas décadas antes havia dizimado muitos milhares de infetados por todo o mundo, existia já, desde 1923, antídoto eficiente.
 

Outras vacinas (combinadas), hoje nos planos de vacinação de todo o mundo, só nos anos 50 apareceram.

    • Não espirrar ou tossir em público  UK 40s – Autocarros


Tosses e espirros espalham doenças. Prenda os germes no lenço. Use o lenço, a tempo.
 Eram estas as frases que, durante a segunda guerra mundial, se liam por toda a parte, em Inglaterra, em múltiplos e variados cartazes de intensa campanha preventiva contra doenças contagiosas ainda não “dominadas” pela farmacologia.

Mas, este tipo de campanha também aconteceu em outros tempos e outras latitudes:

  • Lavar as mãos frequentemente

A prática higiénica da lavagem das mãos tem uma história curiosa.
 
… A higiene das mãos é considerada uma das práticas mais simples e mais efectivas na redução da infecção associada aos cuidados de saúde, contribuindo desse modo para a redução da morbilidade e mortalidade dos doentes… A adesão à prática da higiene das mãos continua a ser subvalorizada, raramente excedendo os 50%. Em Portugal, a taxa global de adesão à higiene das mãos, observada na fase de avaliação diagnóstica da Campanha Nacional de Higiene das Mãos (em 2009), foi de 46,2%. As unidades de saúde devem promover uma cultura institucional de segurança dando prioridade à prática de higiene das mãos, reforçando essa cultura nos seus programas de formação e nos planos operacionais de prevenção e controlo de infecção. …
A presente orientação foi elaborada com base nas Guidelines on Hand Hygiene in Health Care da World Alliance for Patient Safety, OMS, de 5 de Maio de 2009…
 (in: Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde – Direcção-Geral da Saúde – Circular Normativa Nº: 13/DQS/DSD DATA: 14/06/2010)
 
A perceção da importância desta profilaxia e sua promoção entusiástica foi liderada pelo médico obstetra húngaro Ignaz Semmelweis (1818-1865) nos idos anos de 1850!
Seguido pelos seus alunos, mas execrado e ostracizado pelos seus pares, tanto se exasperou pela causa da lavagem das mãos que acabou internado num hospício (para loucos) onde faleceu, poucos dias depois, aos 47 anos.
teoria microbiana das doenças, científica, estabelece que os micro-organismos são a causa de inúmeras doenças, veio a dar-lhe razão, mas apenas no final do século XIX. Esta teoria é hoje parte integrante
da microbiologia clínica e medicina modernas estando na origem de inovações importantes como os antibióticos (anos 50 do seculo XX) e hábitos de higiene.
 
 
A preocupação da higiene das mãos na saúde pública está patente nos cartazes propagandísticos que se seguem, oriundos de várias épocas e países.


Áustria 30s: Depois do trabalho antes da refeição lave as mãos nunca se esqueça | Holanda 40s: Um papel é bom, lavar as mãos é muito melhor | Nigéria 30s(?): A tua vida está nas tuas mãos
Mãos sujas causam doença

                  

1930s: Estás com pressa? Lavaste as mãos? Tem medo, camarada, dos bacilos de Koch | 1933: “Depois de ir à casa de banho, depois do trabalho, antes de comer” “La limpeza é uma condição necessária para o bem-estar dos trabalhadores” | 1940s: As mãos sujas são fonte de infeção. Lava as mãos depois do trabalho e antes de comer | 1952: “Protege as crianças de doenças intestinais”

1955: “As mãos sujas ameaçam desgraças” “Para que a doença não te destrua, sê civilizado: lava as mãos com sabão antes de comer” | 1985: “Lava as mãos antes de comer” | 1985(?): “Camarada, com água e sabão, lava-te antes de comer”
 

1957: “Vamos falar de limpeza” “Lembre-se do que tocou hoje” “Mãos sujas são perigosas. Para manter a doença longe, seja civilizado: antes de comer, lave as mãos com sabão. | 1929: “Não tenhas medo da água lava-te todos os dias”.

1935: Lava as mãos antes de comer e depois de ires à casa de banho | 1970: previna-se da hepatite lavando as mãos
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9. Guerra Biológica

9.2. As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST ou em inglês: STD)
Desde que a história é história que há registos de doenças venéreas* (DV ou VD).
Já no Antigo Egito, passando pela Velha Grécia, também do Período Renascentista ficaram marcas com as ilustrações junto mostram. Estas doenças eram incuráveis. Então, não existia tratamento específico para estas maleitas. Eram tratados apenas os sintomas.
Durante séculos, o mercúrio tóxico foi aplicado diretamente nas feridas da sífilis. Também “fumigação”, com vapores – agora conhecidos como tóxicos – fundidos com mercúrio ou nitrato de prata e ainda o arsénico e o bismuto, eram prática corrente. Por vezes, o médico aplicava dose muito alta e … o paciente morria da cura!
Estas práticas duraram até meados do século passado, ano de 1941, quando a penicilina** começa a produzir-se em quantidade industrial.
 
 

 
Algumas das muitas doenças sofridas pelos soldados da Primeira Guerra Mundial foram doenças sexualmente  transmissíveis : cerca de 5% dos soldados britânicos e do Império sofreram de DSTs, e o Exército dos EUA desmobilizou mais de 10.000 homens por causa do mesmo tipo de doença. Há registros médicos do exército americano confirmando que as DSTs foram responsáveis por perdas significativas nos contingentes de soldados que lutaram em guerras. Assinalam que, em dois anos de conflito da Guerra de Independência dos EUA, foram documentados 100.000 casos de gonorreia.
No fim da 1ª Grande Guerra, depois de pandemias terríveis como a peste bubónica, a febre amarela e a tuberculose surgem, em força, as doenças venéreas sífilis e gonorreia, para atormentar a humanidade, como ilustra este cartaz americano de 1918.
 
Durante a WW I, ainda que de forma pouco expressiva, já surgiram cartazes (USA) na propaganda, quer civil quer militar, contra as VDs.

 
A sífilis*** atingiu, nos Estados Unidos, o seu pico em 1939, quando matou 20.000 pessoas. “O medo de contrais a sífilis e morrer dela era grande.”

Como a produção da penicilina – que tratou muitas infeções – só aconteceu em 1941, e as DVs eram mortais ou incapacitantes com tratamentos ineficazes, a solução era evitar o contágio. Assim, e tendo em conta as experiências anteriores em situação de guerra, as forças armadas americanas e inglesas, entre outras, fizeram campanhas de prevenção: além da distribuição de preservativos, foram criados em profusão cartazes de alerta com as mais variadas motivações.
A sífilis e a gonorreia são as doenças mais referidas na generalidade destes cartazes, devido à sua prevalência na época em que foram editados.
A maioria destes cartazes seria hoje inimaginável, mas, precisamos vê-los nas épocas e nas circunstâncias em que foram produzidos e ainda atender às motivações correspondentes.


O Eixo usou como arma…   

Recordando a casa e a família…

No fim da guerra, o estigma da doença…               

Em outras guerras e outros momentos…

Sobre as DVs e seus tratamentos antes e depois das penicilinas
*(… de Vénus deusa romana do amor)
Antes de serem inventados os medicamentos (antibióticos), estas doenças eram consideradas incuráveis, e o tratamento limitava-se a diminuir os sintomas.
 

  • O Cancroide ou cancro mole ou úlcera mole venéreaé uma doença infeciosa sexualmente transmissível causada pela bactéria Haemophilus ducrey e caracterizada por pápulas, úlceras dolorosas e aumento dos gânglios linfáticos inguinais, provocando supuração. O tratamento é feito com um macrolidio (grupo de antibióticos – azitromicina ou eritromicina), ceftriaxona ou ciprofloxacino. Antes destes fármacos o tratamento recomendável era a higiene e o medicamento era o sabão.

 

  • ***A sífilis é uma Infeção, agora curável, e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum.

pode ser transmitida por relação sexual com uma pessoa infetada ou para a criança durante a gestação ou parto. Se não houver tratamento adequado pode levar à morte.
A sífilis era bastante comum na Europa durante os séculos XVIII e XIX.
Originalmente, não havia nenhum tratamento efetivo para sífilis. O comum era tratar com guaiaco, resina de árvore zigofilácea, medicinal, (pau-santo) originária das américas e era usada no tratamento do reumatismo, do catarro, da sífilis e das doenças de pele. O nome latino pelo qual ainda é conhecida no comércio, lignum vitae, significa madeira da vida. A sua introdução na Europa data do descobrimento da América por Colombo que, rezam as crónicas, trouxe de lá também esta doença, talvez em troca do sarampo que para lá levou aniquilando boa parte dos ameríndios.
O cloreto de mercúrio, o arsênico (Salvarsan) e o bismuto também foram usados ​​como tratamentos até meio da década de 1940 quando a penicilina se tornar amplamente disponível. O tratamento de hoje é a penicilina G benzatina.
 

  • A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Infecta tipicamente o epitélio da uretra, o colo do útero, o reto, a faringe ou membranas que cobrem a parte frontal do olho (conjuntiva e córnea) provocando irritação e produzindo secreção purulenta.  Se não for tratada, a gonorreia pode atingir as articulações, causando artrite séptica, ou as válvulas cardíacas, causando endocardite.

As primeiras descrições da doença remontam à época do Novo Testamento. O termo tem origem no grego
gonórrhoia (“corrimento nos órgãos da geração”).
Os tratamentos “antigos” foram a tintura ou balsamo de copaiva (planta sul americana) o nitrato de prata e ainda   tentados o arsénico, o antimónio, o bismuto e mesmo o ouro.
O arsénico (que se usa como conservante de couros e madeiras) e seus compostos são extremamente tóxicos.
Tratamento, hoje: Os antibióticos ceftriaxona mais azitromicina.
 
**Penicilina
benzilpenicilina, ou penicilina G, foi o primeiro antibiótico com sucesso, amplamente utilizado na medicina, no tratamento de infeções dos feridos de guerra e também nas DVs de larga quantidade de soldados. A sua descoberta foi atribuída ao médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming em 1928, que juntamente com os cientistas Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey, criaram um método para produzir em massa o medicamento a partir de 1941. Os três ganharam, por esse trabalho, o Prêmio Nobel de Medicina em 1945.

Curiosidade:
A primeira pessoa a ser tratada com penicilina em Portugal, foi tenente Fernando Ramôa em outubro de 1944, depois de ter sofrido um grave acidente nas Lajes, nos Açores, onde estava a cumprir serviço militar. Nessa altura, estavam no arquipélago elementos das tropas Aliadas, envolvidas na Segunda Guerra Mundial, e na posse do que era, então, um quase milagroso segredo: a penicilina. Foi graças a ela que o tenente conseguiu recuperar da grave infeção decorrente do acidente e a cura pareceu tão extraordinária que a família do portuense preservou, durante décadas, o frasquinho que continha a substância salvadora. O frasco portador da primeira penicilina administrada a um português ficou, assim, guardado, até ser oferecida ao Museu da Farmácia.  (Wikipedia)
 
 
Depois da guerra
Nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, a sífilis e a gonorreia continuaram a ser desafios persistentes de saúde pública nos Estados Unidos. A penicilina só ficou amplamente disponível para as tropas em 1943, e o público em geral só lhe teve acesso em 1945.  Mas, de 1947 a 1957, com a penicilina, a taxa de mortalidade por sífilis caiu 75% e a taxa de incidência de sífilis caiu 95%.

 
“Desde tempos imemoriais, as taxas de doenças venéreas aumentaram de forma alarmante durante as guerras.
Na Primeira Guerra Mundial, a taxa de doenças venéreas no exército americano foi a mais baixa, na sua história, até então. A maior baixa de todos os tempos foi atingida em 1939, tendo, a partir dessa data, tendência ascendente.”
 
 
Assim, continuaram campanhas alertando para os perigos das DSTs

Fontes

A generalidade dos cartazes apresentados fora “pescados” na internet, há dois ou três anos, de blogs e sites que já não se encontram. Também saíram de redes sociais de imagens como Pinterest e Flickr.
Pela idade, todas as imagens são já do domínio público.
Para confirmar origens e datas de emissão foram consultados vários sítios de museus e arquivos de universidades, com acervo relativo às Primeira e Segunda Guerras Mundiais, americanos e ingleses, de onde “saltaram” mais algumas imagens:
https://vdarchive.newmedialab.cuny.edu/collections/show/8
https://medicine.yale.edu/news/yale-medicine-magazine/cautionary-tales-for-wwii-gis/
https://www.nlm.nih.gov/exhibition/visualculture/venereal.html
http://www.loc.gov/pictures/search/?st=grid&co=wpapos
https://medicine.yale.edu/news/yale-medicine-magazine/cautionary-tales-for-wwii-gis/
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Syphilis_in_art
https://www.flickr.com/photos/atarsitano5152/albums/72157633153279968
http://www.oac.cdlib.org/institutions/UC+Berkeley::Bancroft+Library?titlesAZ=T
http://www.nationalarchives.gov.uk/records/our-online-records.htm

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