Nesta edição da iniciativa da OERN foi possível conhecer as entidades que contribuem para a produção de energia mais limpa e barata, e ainda presenciar a assinatura de um protocolo de colaboração entre a OERN e a STCP
O dia começou com uma visita ao Campus da Águas e Energia do Porto com a apresentação de Ruben Fernandes, Administrador Executivo, das Águas e Energias do Porto, EM., incluindo a apresentação do projeto de Produção de Biogás da ETAR do Freixo e uma análise aos grande números das Águas e Energia do Porto, EM. e a evolução do volume de negócios.
Durante esta apresentação Filipe Araújo sublinhou que para “transformar a cidade não é só gerir. Temos de encontrar métodos diferentes de intervir nas redes, é um desafio para os Engenheiro.” Bento Aires, Presidente do CDRN também interveio relembrando os “enormes contributos da Engenharia que estão a mudar a cidade do Porto”.
Presentes nesta apresentação estiveram também José Manuel Freitas, Secretário do Conselho Diretivo da OERN, Nídia de Sá Caetano, Presidente do Conselho Fiscal da OERN, Mário de Almeida, Coordenador do Conselho Regional de Colégio de Engenharia Eletrotécnica da OERN, Gonçalo Medeiros, Coordenador do Conselho Regional de Colégio de Química e Biológica e Eduardo Gomes, Presidente do Conselho Disciplinar da OERN.
Depois de uma visita às instalações de produção fotovoltaica para autoconsumo foi ainda possível conhecer os carregadores de Viaturas Elétricas.
Rui Pimenta, CEO da AdEPorto, ficou encarregado da visita ao Bairro de Agra do Amial, a 1ª Comunidade de Energia Renovável envolvendo habitação municipal. Este é um projeto inovador com produção renovável em edifícios de habitação municipal, uma escola básica, uma unidade de baterias ligada à RESP e carregadores de VE.
A tarde iniciou-se com uma visita às instalações dos STCP na Via Norte. Cristina Pimentel, presidente do Conselho de Administração da STCP, deu a conhecer as 48 novas viaturas 100% elétricas da frota, reforçando a aliança entre a Engenharia e a sustentabilidade, para melhorarem o presente e o futuro e diminuírem a pegada carbônica. Cristina Pimentel e Bento Aires procederam à assinatura de um protocolo de colaboração entre a STCP e a OERN, num esforço conjunto entre as duas entidades.
De seguida, os participantes tiveram a oportunidade de explorar as instalações da Lipor II, em Moreira da Maia, e perceber os processos que estão por detrás da separação dos resíduos e o ciclo de vida de todos os produtos que resultam destes tratamentos. Graças à central de valorização de resíduos urbanos, a Lipor II consegue abastecer com energia o equivalente a uma cidade de média dimensão.
Já no auditório da central, Fernando Leite, CEO da Lipor, iniciou a Conferência “Transição Energética” evidenciando que “esta central faz muito a valorização energética dos resíduos e com eles produzimos eletricidade para abastecer 150 mil habitantes”.
Seguiu-se a intervenção de Bento Aires que sublinhou que “a transição energética significa eletrificar e é esse caminho que se tem de seguir. Temos de garantir que é mais eficiente, mais disponível, que é mais barata, menos poluente e, principalmente tem de ser para as pessoas e com expressa melhoria da qualidade de vida”.
O Presidente do CDRN relembrou que uma grande parte dos cidadãos portugueses vive em condições de insuficiência energética, em parte graças à incorreta climatização das habitações, o que se desdobra numa missão que os Engenheiros devem assumir. Bento Aires terminou lembrando que “se não houver uma estratégia conjunta de juntar edifícios e mobilidade, em qualquer projeto de descarbonização e sustentabilidade, o insucesso estará cada vez mais próximo”.
Adélio Mendes, professor catedrático da FEUP e Investigador Sénior, antecedeu o início do painel da tarde, com uma apresentação que abordou temas como o uso do lítio e a forma como a exploração deste composto está a ser realizada de forma incorreta relembrando que “se tivéssemos baterias de sódio, elas teriam quatro vezes mais intensidade de potência e metade de energia”. Referiu ainda a importância do mar e do valor energético que se pode retirar dos 850 quilómetro de costa que moldam o país.
A mesa redonda iniciou-se com a intervenção do moderador José Manuel Lima Freitas, OERN que deu início a um debate com os especialistas Adélio Mendes, João Amaral, Diretor de tecnologia e country manager da Voltalia e Isabel Nogueira, Diretora do Departamento de Operações e Logística da Lipor.
Ao nível do papel da Ordem dos Engenheiros na promoção da carreira profissional dos Engenheiros, o professor catedrático da FEUP reforçou a necessidade de apostar num “júri ético, competente e honesto” para garantir a contratação eficiente de Engenheiros, em especial ao nível da administração local. Sobre as questões da transição energética no futuro, João Amaral reforçou a necessidade de “olhar para o amanhã”, apostando na melhoria e autonomia dos sistemas de transporte. Isabel Nogueira lembrou o peso da sociedade na reciclagem e na manutenção dos resíduos relembrando que “se o cidadão participar convenientemente, menos entregas temos nesta fração, e mais recebemos na unidade de Baguim do Monte, onde valorizamos o papel, o plástico e vidro”.
Fernando de Almeida Santos, Bastonário da OE, procedeu ao encerramento deste dia dedicado à Transição Energética, rematando que “este tema é transversal e intemporal às Engenharias. Estamos na era da transição energética mas também da digital, e a conjugação das duas é essencial”.
Fotos: Ordem dos Engenheiros da Região Norte e JN/Carlos Carneiro
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