Teletrabalho e os cyberataques: estamos preparados?

Por Nuno Nunes, Colégio de Engenharia Informática – Norte
 

A Covid-19 chegou e parece estar a mudar o paradigma da nossa forma de viver e da nossa forma de trabalhar, trouxe também, um termo que até agora poucos tinham ouvido falar, o teletrabalho; que parece que veio para ficar.
Mas, o teletrabalho levanta inúmeras questões sociais, económicas, políticas, etc., como refere Vitor Belanciano na sua crónica no jornal Público do passado dia 11-04-2010. “O domicílio é o emprego, sem a sociabilização, e com mais despesas e menos direitos. Como passou também a ser creche e escola para quem tem filhos. O doméstico e o laboral, o familiar e o profissional, confundem-se. O pessoal deixou de ser político, para ser apenas económico. Antes, estar em casa, significava ter tempo”. Quanto a isto, veremos mais à frente as reformas laborais que se vão fazer para adaptar a sociedade a esta nova realidade.
O teletrabalho trouxe também às empresas e organizações um grande problema, a Cybersegurança e os Cyberataques, isto porque não houve tempo para as empresas, organizações e pessoas se preparem para esta nova realidade. Passou-se a trabalhar num ambiente empresarial protegido (quem o tinha) para um ambiente doméstico completamente desprotegido, e com esta mudança brusca de colocar milhares e milhares de pessoas em teletrabalho, aumentou-se e facilitou-se muito a janela de atuação para os cybercriminosos.
Em casa, com todas as distrações que por lá existem, torna-se muito mais fácil clicarmos no link errado e comprometermos assim toda uma organização. Há já inúmeros relatos de cyberataques desde que começou a pandemia, a maior parte desses ataques circulam disfarçados de avisos sobre o Covid-19 em e-mails, sms’s e até app’s, é por isso cada vez mais importante as empresas e organizações deixarem de ver a cybersegurança como um custo, o que ainda acontece muito em Portugal.
Por cá, poucas são as empresas que têm uma estratégia e gestão de risco, um CISO (Chief Information Security Officer), uma SOC (Security Operations Center) e uma CSIRT (Computer Security Incident Response Team). Urge que as organizações e empresas invistam em cybersegurança e sensibilizem os seus funcionários para esta questão, porque muitas das organizações e empresas podem não ter parado por um vírus físico, mas podem a qualquer momento parar por um vírus virtual, situação que não deixa de ser irónica.
Relembro 8 conselhos que o CNCS recomenda para quem está em teletrabalho.

  • – Utilize apenas dispositivos autorizado pela sua organização;
    – Não partilhe estes dispositivos autorizados com os seus familiares;
    – Garanta com a informática da sua organização que os dispositivos estão atualizados e possuem um antivírus e a firewall ativados;
    – Faça backups regulares para um dispositivo externo;
    – Evite usar o wi-fi de espaços públicos e utilize sempre a VPN da sua organização;
    – Não abra emails ou SMS, nem clique em links ou anexos, desconhecidos (cuidado com o phishing relacionado com a pandemia de Covid-19);
    – Não partilhe informação profissional nas redes sociais;
    – Garanta que o seu wi-fi doméstico tem uma password forte e, se ainda não o fez, aproveite para a alterar.

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